sábado, 23 de julho de 2011

É importante que voltemos à piedade Eucarística




Padre Paulo Ricardo
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

Sabemos que não há Igreja se não houver Eucaristia. Precisamos resgatar a fé da Igreja, a fé na presença Eucarística de Nosso Senhor Jesus Cristo.


É evidente que eu sempre tive muita devoção pela Eucaristia. A ordem de Jesus era para que celebrássemos a Santa Missa, e a verdadeira devoção Eucarística é celebrar a Santa Missa e comungar [o Corpo de Cristo]. Já a Adoração Eucarística é muito legítima, mas foi uma invenção do segundo milênio. Essa prática [Adoração Eucarística] é algo recente, por isso as pessoas acham que ela não é obrigatória. Tenho de confessar que eu, segundo as normas litúrgicas, fiz uma capela no seminário de Cuiabá sem o sacrário; nós o colocamos numa capelinha menor, pois a norma litúrgica diz que o lugar onde se celebra a Eucaristia não deve haver a presença do sacrário.


Valorizando o passado, eu estava muito tranquilo na minha devoção Eucarística, porque celebrava a Missa e comungava, mas devo confessar que quase nunca eu adorava a Jesus Sacramentado. Mas o que mudou na minha vida para que eu mudasse de opinião? Foi o pontificado do Papa Bento XVI. Quando ele foi eleito Papa, duas coisas aconteceram na minha vida. Primeira: ele tomou atitudes que deram um curto-circuito na minha cabeça: começou a insistir na Adoração Eucarística.


Na vigília com o Papa, ocasião do encerramento do Ano Sacerdotal, diante de cerca de 20 mil sacerdotes, Bento XVI expôs o Santíssimo; e nós ficamos ali, de joelhos, rezando. Naquele dia, o Pontífice conseguiu fazer com que milhares de padres colocassem seus joelhos no chão e adorassem a Jesus.


Precisamos entender que a Adoração Eucarística é algo urgente.
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com


A segunda coisa que mudou em mim com a eleição de Bento XVI é que agora João Paulo II está no céu. Acho que ele conseguiu fazer na minha cabeça o que não conseguiu quando estava vivo. E nós precisamos entender que a Adoração Eucarística é algo urgente. Não é um devocionismo; ela faz parte da própria fé da Igreja.


Papa Bento XVI escreveu a Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis - "O sacramento do amor". Nela, ele cita uma frase do bem-aventurado Agostinho, santo no primeiro milênio: “Ninguém coma aquela carne sem que antes tenha adorado. Se não adorar, estará pecando”; ou seja, se você quer comungar, tem de adorar ao Santíssimo Sacramento.


Por que essa prática [Adoração Eucarística] é tão importante? Porque, no primeiro milênio, a Igreja vivia uma fé inabalável. Os cristãos acreditavam na presença de Jesus na Eucaristia. Durante os mil primeiros anos, não havia heresia, todos acreditavam e iam à celebração da Santa Missa. Nela, adoravam e comungavam o Corpo de Cristo. Acontece, porém, que, no segundo milênio, surgiram inúmeras heresias que, somadas, culminaram na heresia protestante, quando Lutero negou a existência de Jesus Cristo na Eucaristia.


Jesus disse: “Tomai todos e comei, esse é o meu corpo. Tomai todos e bebei, esse é o meu sangue”. Deus está presente por imensidade em todos os lugares; no entanto, a presença de Jesus na Eucaristia tem mais consistência, tem mais ser; ela é mais presença, mais ativa.


É impressionante que, justamente na época em que começaram as heresias da Eucaristia, começaram também a surgir os Milagres Eucarísticos. Nós necessitamos urgentemente da Adoração Eucarística; precisamos voltar a dobrar nossos joelhos diante de Deus, a fazer visitas ao Santíssimo Sacramento.


"A presença de Jesus na Eucaristia tem mais consistência, tem mais ser", afirma sacerdote
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com


Quando Nossa Senhora apareceu em Fátima, em 13 de maio 1917, ela abriu seus braços e um raio de luz divina inundou o coração de três crianças: Lúcia, Jacinta e Francisco. Elas receberam a graça divina. Instintivamente, prostraram-se diante de Deus e rezaram: “Ó Santíssima Trindade, eu vos adoro, eu vos amo no Santíssimo Sacramento”. Essa oração é a confirmação daquilo que Deus já vinha fazendo no coração daquelas crianças.


Para preparar o coração delas, o Senhor já havia mandado o Anjo da Paz, que se prostrou, reverenciando a Deus; e as crianças também fizeram o memo. Esse ser celeste as ensinou a rezar: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam”. Nós precisamos repetir essa oração diante do Santíssimo Sacramento.


Em outra aparição, o anjo ensinou aos pequenos: “Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo –, adoro-Vos profundamente e Vos ofereço o preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra em reparação aos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”.


Precisamos pedir perdão a Deus pelas blasfêmias, oferecer nossa adoração em reparação ao Santíssimo Coração de Jesus. Durante a adoração é importante compreendermos o quanto ela está fazendo em nós. É importante que voltemos à piedade Eucarística.


Louvo a Deus pelo Papa Bento XVI que mudou a minha vida, minha visão sobre a Adoração Eucarística. Se não voltarmos a tratar a Eucaristia com toda piedade e adoração que ela merece, perderemos nossa fé em Jesus Eucarístico.


Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso

Extraído de Cançãonova.com

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nosso Papa

Desde o primeiro instante que vi essa foto, logo imaginei que os 2 estavam relembrando algum fato da infância deles.




Desde que Joseph Ratzinger tornou-se Bento XVI, eu o admirei. Não preciso aqui dizer os motivos. Quem tem amor à Igreja, sabe as razões pelas quais se pode admirar um Papa. Mas, apesar da admiração, nunca senti que o amava. Mas, eu o amo. Eu amo o Papa. Achei que nunca amaria outro como amei JP II (pois ele havia sido o único Papa que eu tive). Mas eu amo o Papa Bento XVI. Descobri isso no último dia 29 de junho. Graças a Deus. E a Deus sou grato por ele.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

A violência e o carisma da paixão

Abaixo temos um texto elaborado por um Sacerdote Passionista onde ele conta um pouco como foi conviver com a triste situação onde jovens foram assassinados (relembre o caso aqui). Não precisamos, por não sermos passionistas, achar que nada temos com o texto. Ele serve para reflexão acerca de como vemos os problemas e dificuldades que assolam nossa realidade, nossa sociedade. E mais! Todos deveríamos ser passionistas. Todos deveríamos anunciar a Paixão de Nosso Senhor como verdadeira fonte de vida.

A Violência e o Carisma da Paixão
Passei um bom tempo pensando no que escrever. Depois de um período de reflexão e olhando para o interior da nossa vida e prática Passionista, decidi escrever sobre A Violência e o Carisma da Paixão. Por quê? Por que acredito que as novas e diversas feições da violência exigem uma releitura da nossa razão de ser Passionista. Caso contrário, perderemos o direito de sermos discípulos e discípulas de Jesus, de São Paulo da Cruz, de Maria Madalena Frescobaldi e de tantos outros/as que se preocuparam com a vida e vida com dignidade.
Entre os meses de janeiro e março deste ano Luziânia, a cidade onde moro juntamente com mais três religiosos passionistas, virou notícia nacional e internacional. A razão foi o bárbaro assassinato de 7 (sete) jovens entre 14 e 19 anos neste curto período. Neste tempo, de forma especial, fui profundamente questionado em minha fé e em meu ministério. Minha formação à Vida Religiosa Passionista, minha Profissão Religiosa e, sobretudo, minha Ordenação Presbiteral, “foram colocadas à prova.” Como SER PASSIONISTA diante de tamanha crueldade? Depois das várias reuniões com as autoridades e com as famílias desses jovens, como VOLTAR para casa? Depois de ir até o vale onde aqueles jovens foram “sepultados”; depois de “visitar” cada cova rasa, como não CHORAR? No decorrer dos acontecimentos, entre encontros e desencontros, como CELEBRAR a EUCARISTIA como MEMÓRIA ATUANTE de Jesus? Todos esses acontecimentos fizeram doer meu corpo...
Era preciso reler muitas coisas! Meus “pés passionistas” pisavam um novo chão! Chão de perdas sem pedir licença. Chão habitado por mães desesperadas, visivelmente cansadas e com marcas doloridas no corpo, provocadas pelo sol forte e pelos galhos secos do cerrado goiano. Marcas provocadas ainda pelos estreitos caminhos tantas vezes percorridos na esperança de encontrar seus filhos. Dores. Dores por gritar, por se sentirem impotentes. E era esse o meu chão, o meu ponto hermenêutico. O meu cuidado era o de não perder a COMPAIXÃO!
No dia 12 de maio passado, no ginásio de esportes da cidade, aconteceu o velório coletivo de cinco dos sete jovens (guardem esses nomes em sua memória: Paulo Vitor, Márcio, Flávio Augusto, Divino Luiz e George Rabelo).
Na noite daquele dia foi muito difícil dormir. Parecia que meu corpo queria permanecer em vigília. Decidi então escrever. Talvez tenha sido para eternizar, no mais humilde dos desejos, aquele acontecimento. Partilho com você...
“Hoje vivi uma das experiências mais fortes da minha vida. VER caixões perfilados, lacrados, rodeados pelas mães, pelos pais, pelos irmãos e irmãs, não foi nada fácil. OUVIR choros, lamentos, foi terrível. Literalmente experimentei DESCER à “mansão dos mortos”. Ao final estava com uma terrível dor de cabeça a ponto de sentir vômitos. Essa foi a “forma mais sublime” de o meu corpo reagir, a maneira que meu corpo encontrou de entrar em comunhão com aquela atmosfera... naquele ginásio...
Dias atrás fui até o local onde supostamente esses jovens deram o último suspiro. “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Pensei que poderia ter sido assim. Entrega livre. Entrega gratuita daquilo que temos de maior valor – a vida – para quem amamos na certeza de que saberá cuidar bem dela como quem cuida de um tesouro. Mas não foi assim! Foram corpos levados a contra gosto ao matadouro. Por isso, não foi entrega livre, pois ainda não tinha chegado a HORA daqueles jovens. 13, 14, 16, 19... É uma matemática onde a soma é ainda muito pequena.
Por que aqueles jovens foram até aquele “vale de morte”, ainda hoje ninguém tem respostas. Só perguntas. Mortos, foram colocados em covas rasas. Pude vê-las por duas vezes (agora compreendendo porque tudo que é absurdo, exige provas!). O lugar é inóspito, talvez seja por isso que não puderam mais voltar para suas casas. Ficaram naquela “mansão dos mortos” por um longo tempo. Até serem apontados pelo próprio assassino, Admar Jesus da Silva.
Depois que foram encontrados os restos mortais, o tempo de espera foi longo demais. Foi um tempo de muitas reuniões, protestos, lágrimas. Um tempo de olhares profundos fitando o infinito... Tempo de reunir a comunidade para reacender a indignação. Tempo para lutar por um novo mundo possível e necessário.
Na terça-feira da Semana Santa era dia da tradicional procissão do encontro - uma prática devocional comum aqui em Goiás. Mas o momento pedia de nós um novo encontro. Por isso, saímos às ruas da cidade pedindo um encontro de Jesus com Diego, Paulo Victor, Divino Luiz, George, Flávio e Márcio Luiz. Um encontro de Maria com Dona Aldenira, Dona Sônia, Dona Mariza, Dona Sirlene, Dona Valdirene e Dona Maria Lúcia, mães que queriam encontrar seus filhos para juntos se prepararem para a festa da páscoa que se aproximava...
Os dias foram passando. Aconteceu a páscoa de Jesus e elas continuavam sem seus filhos... E o Dia das Mães? Como comemorá-lo se a família não estava completa? Eles não retornaram, nem mandaram notícias. Por isso, mais uma vez, lágrimas foram jorradas, misturadas aos lamentos. E elas viveram um Dia das Mães muito diferente dos outros anos!
Depois de um bom tempo de incertezas, mas mantidos por um fino fio de esperança, pois algumas mães ainda alimentavam a esperança da possibilidade daqueles ossos não serem de seus filhos, veio a triste notícia: seus filhos estavam mortos. A ciência provou! O DNA comprovou! E a esperança acabou.
O velório foi marcado. Velar o que se não tinham mais corpos? Velar ossos. E ossos secos. Mas mesmo assim era uma forma de acalanto para aquelas famílias. Pelo menos poderiam chorar de perto seus filhos. Sepultá-los e também poder “visitá-los” quando a saudade não couber mais dentro do coração, mesmo num coração de mãe que é tão grande!
Recordo que aquele 12 de maio amanheceu diferente: enfumaçado e um pouco mais frio do que os dias anteriores. Talvez porque corações ainda jovens foram impedidos de pulsar! Parece que também o cosmos estava triste por este acontecimento. Estava difícil brilhar logo de manhãzinha sabendo que logo, logo teria que velar e sepultar os ossos de seus filhos. Ah! Na noite anterior choveu aqui em Luziânia. Foram águas ou lágrimas do Criador? Perguntei para mim mesmo.
Passava das oito da manhã quando os corpos chegaram ao ginásio de esportes. O primeiro momento foi reservado somente para os familiares. Momento de intimidade! Depois as pessoas foram adentrando no recinto. Algumas por curiosidades, outras por solidariedade...
Por volta de 11h, um pastor da Assembléia de Deus e eu, coordenamos um momento de oração (Desde ontem, quando recebi a notícia do velório, pensava num texto bíblico que pudesse nos iluminar. Logo veio Ez 37, 1-14. E foi esse texto que refleti junto com o povo presente). Ao final, com a bandeira do Brasil, passando sobre os caixões, cantamos numa única voz: “Eu só peço a Deus que a dor não me seja indiferente. Que a morte não me encontre um dia solitário sem tem feito o que eu queria...”
E, em seguida, fomos ao cemitério sepultá-los para que pudessem descansar em paz. Não mais naquelas covas rasas, feita às presas, frutos de uma ação proibida...
Pe. Célio Amaro, CP

sábado, 2 de julho de 2011

Oferecimento do dia

Oferecer nosso dia, logo em seu início, a Deus Pai, é altamente recomendável. Afinal, estamos nos consagrando e nos colocando à sua disposição sempre.

Eis é uma oração que nossa Pequena Teresa fez à pedido da Ir. Maria do Sagrado Coração para que esta presenteasse uma amiga e que pode nos ajudar nessa oferta de nós mesmos ao Bom Deus.


Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje,

nas intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus.
Quero santificar as batidas do meu coração,
meus pensamentos e obras mais simples,
unindo-os aos seus méritos infinitos,
e reparar minhas faltas,
lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso.
Oh, meu Deus! Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros
a graça de cumprir perfeitamente vossa santa vontade,
de aceitar por vosso amor as alegrias e
as penas desta vida passageira,
para que estejamos um dia reunidos no Céu,
por toda a eternidade.